ESG e inovação aberta: como as startups ajudam as grandes empresas?
Este artigo foi escrito pelo Distrito, plataforma de inovação aberta para empresas e a maior comunidade independente de startups do Brasil.
Os critérios ESG são o motivo que leva as empresas dos mais diversos setores a inovar e guiar as suas atividades de maneira mais sustentável, com foco no meio ambiente, na sociedade e na governança corporativa. Para a maioria das corporações, no entanto, a adoção de novas práticas exige mudanças custosas e de longa implementação. É nesse contexto que a relação entre ESG e inovação aberta fica mais nítida.
O conceito de inovação aberta diz respeito à parceria entre empresas, startups, órgãos públicos e quaisquer outras entidades na criação de novos produtos e serviços. Parte de uma abordagem mais descentralizada e colaborativa do que o modelo tradicional de inovação, em que as organizações dependem de recursos internos para inovar.
Com a crescente evolução das ESG Techs – startups com atuação em pelo menos uma das categorias de social, ambiental ou governança – empresas já consolidadas passaram a contratá-las como parceiros externos para viabilizar as suas ações de ESG. Dessa forma, não é preciso desenvolver uma solução de raiz e o custo de implementação é reduzido drasticamente.
Como aplicar a inovação aberta?
Muitas das empresas reconhecidas pelas suas atuações em ESG, também apostam num portefólio diverso de inovação aberta. Basta observar as corporações presentes na carteira do ISE, o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (Brasil), para perceber que 100% delas possuem braços internos relacionados à inovação aberta em alguma das quatro formas: Challenges, Hackathons, Programas de Aceleração ou Hubs de Inovação.
As primeiras iniciativas foram lançadas, maioritariamente, nos últimos 7 anos, com exceção da Telefônica, com o hub Wayra, em 2011. Esse comportamento coincide com a crescente preocupação das corporações com a temática ESG e como elas veem inovação aberta como uma possível solução.
Em destaque, temos o ano de 2018, que representou a fundação de 30% de todas as iniciativas de inovação aberta criada pelas empresas referência em ESG. Por mais que esse valor tenha diminuído quase 13% em 2019, em 2020 observamos a fundação de 22,5% das iniciativas de inovação aberta nas 40 empresas avaliadas.
Um exemplo prático é a Duratex S.A., controlada pela Itaúsa, que lançou o seu hub de inovação em 2017, o Garagem Duratex. Ao mesmo tempo, continuou a investir em outras iniciativas, como o programa Scale-Up Construtech com a Endeavor e na sua plataforma de inovação interna (Imagine), com a FCamara. Além disso, oferecem o recém-lançado portal de comunicação e casos de inovação aberta, em 2020.
O boom das ESG Techs
Atualmente, o Brasil conta com 878 ESG Techs, segundo dados do Inside ESG Report, relatório produzido pelo Distrito. Essas startups empregam 28.485 funcionários e já levantaram cerca de US$ 1,3 mil milhões em investimentos, 556,6 milhões só entre janeiro e julho de 2021.
O crescimento desse cenário inovador em ESG ajuda a alavancar o processo de transformação e inovação das corporações. Afinal, é mais seguro e estratégico incorporar uma solução que já foi testada e validada no ecossistema do que investir em concretizar esse processo de transformação de forma interna.
Ao mesmo tempo, a inovação aberta permite que o ecossistema de startups se torne cada vez mais atrativo e robusto no país. Esse movimento estimula o empreendedorismo e a criação de novas empresas que procuram resolver os problemas atuais da sociedade e do mercado, na totalidade.
Categorias e subcategorias de ESG Techs
As startups com foco em ESG são divididas nas categorias Social, Ambiental e de Governança, assim como em mais 16 subcategorias, segundo a metodologia do Distrito. Perceba com o conteúdo abaixo como a atuam esses negócios e, porque as corporações estão a conectar-se com elas.
Social
Representam 31,5% das ESG Techs brasileiras e dividem-se nas subcategorias:
Colaboradores
Startups com soluções para outras empresas com foco na saúde, benefícios, capacitação, fitness, bem-estar e qualidade de vida dos colaboradores.
Consumidores
Soluções para grandes empresas melhorarem o seu relacionamento, compreensão e transparência com os seus consumidores.
Comunidade
Startups com soluções que oferecem serviços a grandes empresas e direcionam parte dos recursos para gerar impacto social positivo na comunidade ao seu redor e na economia local.
Negócios de Impacto Social
Os negócios de impacto social procuram impacto socioambiental positivo gerado através do próprio core business do empreendimento, ou seja, a atividade principal deve beneficiar diretamente pessoas com rendimentos mais baixos, as chamadas classes C, D e E.
Ambiental
Representam 34,7% das ESG Techs brasileiras e dividem-se nas subcategorias:
Água e Energia Limpa
Startups com soluções de gestão, otimização, geração e financiamento de energia limpa e soluções de gestão e otimização de recursos hídricos.
Economia circular
Startups com soluções que promovem a economia circular, incluindo gestão, otimização e reaproveitamento de resíduos.
Descarbonização
Soluções com foco em gestão, otimização e redução de emissões de GEE e compensação/comercialização de créditos de carbono.
Mobilidade e logística
Startups com soluções que promovem mobilidade e logística mais sustentáveis, desde a gestão e otimização até novas tecnologias para os meios de transporte e abastecimento dos mesmos.
Agropecuária
Soluções que promovem sustentabilidade na cadeia e processos produtivos da agricultura e pecuária, que vão desde biotecnologias até novas formas de gestão, consumo e otimização de recursos.
Sustentabilidade
Soluções que não se enquadram nas categorias anteriores, mas que promovem sustentabilidade de diferentes formas, incluindo: biotechs, fashiontechs, construtechs, novos produtos e serviços, entre outras.
Governança
Representam 33,7% das ESG Techs brasileiras e dividem-se nas subcategorias:
Compliance
Soluções que ajudam empresas a manterem-se em conformidade com normas, regulamentações e leis do setor e do país.
Risco e impacto
Soluções que ajudam empresas a gerir e mitigar riscos internos e externos das suas operações e investimentos.
Gestão e transparência
Soluções que ajudam empresas a ter uma gestão mais aprofundada, ampla e transparente (interna e externamente) das suas operações.
Segurança e anti fraude
Startups com soluções com foco em segurança e prevenção de fraudes em empresas.
People
Soluções para empresas fazerem melhor gestão dos seus recursos humanos, com transparência em prol de direitos humanos, igualdade, diversidade e ética.
Gostou deste artigo? Então, aproveite o fim da leitura para perceber como pode desenvolver o Social do ESG na sua empresa com a ajuda de tecnologias como a da esolidar: faça download gratuitamente o ebook sobre o tema e aproveite para entender como a sua empresa se deve associar a uma startup para encontrar soluções mais económicas e ágeis para superar os seus desafios!