Como as Organizações da Sociedade Civil podem sobreviver a pandemia
A pandemia causada pela COVID-19 está promovendo um enorme caos em todo o mundo e afetando drasticamente as Organizações da Sociedade Civil. Este setor que já enfrentava vários desafios em termos de captação de recursos para as suas causas, vê-se agora desprovido de ainda mais meios para conseguir realizar o seu trabalho.
Neste novo contexto, as ONGs precisam se adaptar e encontrar novas formas de atuação, para conseguirem sobreviver e sair desta pandemia mais fortes e resilientes.
Neste artigo vamos explicar que passos devem ser dados e que soluções podem ser aplicadas para que as organizações sociais possam continuar ajudando quem mais precisa e como ultrapassar as dificuldades provocadas pela pandemia.
As Organizações Sociais na Pandemia
A pandemia atingiu todos os países sem restrição e provocou uma mudança radical nas economias e sociedades.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a situação é de uma ‘crise sem precedentes’, com uma ‘recuperação incerta’ e um ‘golpe catastrófico’ no mercado de trabalho, que perdeu mais de 430 milhões de empregos nos primeiros dois trimestres de 2020. A ONU prevê que 235 milhões de pessoas necessitem de ajuda humanitária e o Banco Mundial alerta que o número de pessoas vivendo na extrema pobreza pode chegar aos 150 milhões.
Com a pandemia, o combate à pobreza sofreu um duro revés. As ONGs são cada vez mais procuradas por pessoas que se veem agora sem recursos financeiros para pagar as suas necessidades básicas, como moradia e alimentação.
Por outro lado, um ano de confinamentos e restrições atirou o terceiro setor para um cenário difícil e com muitos desafios, já que todos os eventos de solidariedade e programas de voluntariado tradicionais tiveram que ser cancelados e as organizações, já muito limitadas em recursos, ficaram ainda mais vulneráveis e com menos meios de resposta.
Estratégias para as ONGs conseguirem sobreviver a Pandemia
Para conseguirem sobreviver aos problemas provocados pela pandemia, as organizações sem fins lucrativos precisam encontrar alternativas viáveis para continuar atingindo os seus objetivos. Seguem algumas sugestões que podem ser implementadas:
- Desenvolver estratégias para o trabalho remoto
Com os confinamentos obrigatórios, o trabalho passou a ser remoto. É natural que com a distância surjam mais dúvidas e algumas dificuldades para os funcionários e voluntários.
Faça um planejamento das tarefas diárias que são necessárias realizar e comunique frequentemente com os colaboradores, principalmente com aqueles que têm mais dificuldades em ser autônomos à distância. Utilize plataformas e aplicativos de vídeo chamada e videoconferência como o Skype, Google Meet, Zoom e WhatsApp para se comunicar e reunir-se com a sua equipe ou parceiros diariamente.
- Analisar o impacto do COVID-19 na ONG e melhorar processos
É importante fazer uma análise financeira interna para tentar entender as áreas mais afetadas e conseguir comparar o progresso, no futuro.
Algumas organizações sociais ainda têm formas muito rudimentares de processar os seus dados financeiros, normalmente em longos documentos de Excel. Seria oportuno utilizar este momento para disponibilizar a informação de forma mais simples, em gráficos, por exemplo, o que permite a qualquer elemento da equipe perceber rapidamente o estado de cada ponto e facilita a tomada de decisões estratégicas com mais agilidade.
- Planejar a parte financeira
Mesmo com o trabalho remoto, as ONGs continuam tendo custos fixos e desenvolvendo programas de ajuda. Num momento em que os recursos financeiros são escassos é necessário perceber como alocar os valores disponíveis para os custos existentes (por exemplo, se alguma infraestrutura é desnecessária enquanto trabalham remotamente, pode alocar essa verba para uma área mais urgente) e definir prioridades, focando nos programas de maior urgência, caso não seja possível manter todos.
É importante também estar informado sobre os apoios do governo disponibilizados para as ONGs, seja através de subsídios, tarifas mais baixas ou facilidades em questões fiscais.
- Arranjar formas alternativas de financiamento
Com a dificuldade em captar recursos de forma tradicional, as ONGs devem procurar formas alternativas para financiar os seus projetos.
Uma das formas mais viáveis é através de campanhas online que funcionam 24 horas por dia, sem limitações geográficas e que podem fazer a diferença neste momento. A plataforma eSolidar disponibiliza ferramentas que permitem às ONGs arrecadar recursos para as suas causas, através de leilões solidários, venda de produtos, criação de campanhas de crowdfunding. Estas campanhas são fáceis de criar e podem ser comunicadas através das redes sociais, bastando clicar em um link para acessar a campanha e doar.
- Comunicar e fazer networking com a sua rede de contatos
É importante manter o contato com a sua rede de parceiros e apoiadores e comunicar todas as mudanças que foram implementadas na ONG devido a pandemia.
E-mail e redes sociais são ferramentas muito úteis e fáceis de utilizar para fazer networking. Elas permitem interagir e trocar ideias e soluções com os seus seguidores. Faça posts e vídeos explicando que programas de ajuda estão acontecendo, como a comunidade pode se envolver, que desafios estão enfrentando, como estão lidando com a situação da pandemia e que recursos precisam para manter os projetos funcionando.
Uma outra boa forma de organizar eventos online, é fazer lives para responder a questões e webinars com informações que ajudem a comunidade.
- Aprender novas competências
Este é um bom momento para aprender coisas novas que vão ajudar na rotina da organização ou no apoio a sua causa.
Através do voluntariado de competências é possível receber treinamentos online de profissionais de uma determinada área e aprender, por exemplo, sobre boas práticas de gestão organizacional, marketing, lidar com burocracias legais, preencher documentos fiscais, etc.
Existem empresas que oferecem este tipo de voluntariado durante a pandemia, de forma segura e remota.
Em resumo, esta pandemia está causando um grande impacto no funcionamento do terceiro setor. A solução para as ONGs sobreviverem a este momento difícil é serem proativas, tentarem adaptar-se à situação atual, arranjarem alternativas para captar recursos e comunicar com a sua comunidade.
Este momento de reestruturação forçada representa também uma oportunidade para melhorar as competências da equipe para serem mais produtivos e eficientes. Só assim, vão se tornar mais fortes, resilientes e preparados para enfrentar os desafios no futuro.
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